quarta-feira, 13 de maio de 2009

Sem cores

Hoje o dia foi cinza, frio e parado; você reclamou mas esqueceu que eu gosto do que é feio, malfeito e inacabado.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Enigma

Tenho vontade de gritar para o mundo o que sou, ou pelo menos aquilo que sinto; me rasgar, deixar a mostra minhas entranhas, o meu ser. Quero meu grito de liberdade e quero que ele seja escutado. Tudo isso faria alguma diferença? Meu grito é surdo e minhas palavras sem sentido. És capaz de me decifrar?

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Tempo

Vejo as cores e o ponteiro dos segundos a passar por mim, o tempo que lentamente vai pingando e me deixando para trás. Quando olho todas essas cores me sinto mais viva e a vontade com as coisas que me cercam; por um segundo as coisas parecem fazer algum sentido, ou pelo menos a sensação de que algo me contém, mas, isso é passageiro. Apesar de tudo isso eu me sinto mais jovem e com novo vigor, outras visões. Todo o tempo vai embora e eu vivo das sobras que ele deixa.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Embriaguez

Enquanto tudo acontece, eu não bebo nem fumo; quero estar sóbria para ver isso acontecer. Quero sentir tudo isso me entorpecer aos poucos, me consumir devagar, a palavra vir com seu sumo doce e se deitar sobre a minha língua, descer pela minha garganta, percorrendo minhas veias, sentir o seu sabor em todo o meu corpo; sua ira, fúria e calmaria... o tudo e nada a me envolver.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Vazio

Olho as luzes da cidade, elas me lembram pirilampos e, após alguns segundos, consigo me retirar de toda essa confusão. Há um silêncio ensurdecedor, a minha respiração pode ser escutada a quilômetros de distância, o meu coração parece um tambor batendo. Aos poucos as luzes vão se apagando, uma a uma, depois de um tempo a cidade inteira parece ressonar; somente a minha luz que não quer se apagar, ela insiste em ficar acesa. É uma forma de proteção para mim, enquanto prendo os pensamentos aqui eles não gritam procurando a saída.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Realidade Inventada

O encanto com o papel, mente, mão, caneta; só isso trabalhando, esquecem de perguntar sobre a minha vontade e sobre o meu consentimento, apenas correm livres sem temer qualquer repreensão e vomitam a realidade que julgam ser real; para mim, cheira a realidade inventada.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Alegria do fim

Na noite sou capaz de ouvir vozes, mas eu não posso me enganar porque elas vêm de mim mesma, seguem como um fluxo, palavras que se derramam e se perdem dentro do meu vazio, ou escapam por não encontrar espaço e não me conter. São as vozes que me fazem querer fugir, sumir, calar, mas, são essas mesmas que me revigoram e no mínimo ter forças para seguir. Irônico, mas meu fim será por elas.